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3ª Temporada

Dallas Roberts traz nova vida a “The Walking Dead”

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Com 5 episódios da nova temporada de “The Walking Dead”, já é bem seguro dizer que a adição de Woodbury à fórmula apocalíptica do programa foi meio que uma mudança no jogo. O último episódio, “Say the Word”, rasgou o véu e revelou que a comunidade do Governador está longe de ser o que parece, apesar de os personagens da série demorarem mais que os fãs para perceber isso.

Um dos personagens mais interessantes residindo na não-tão-maravilhosa cidadezinha pós-apocaliptica é Milton, interpretado pelo ator de “The Grey”, Dallas Roberts. Graças à aparente segurança de Woodbury, Milton é capaz de estudar e realizar experimentos em zumbis, na tentativa de entender porque os mortos vivos se comportam de tal maneira, na esperança de desenvolver maneiras de os seres humanos sobreviverem num mundo infestado de zumbis. Até o momento, não houve nenhum outro personagem na série que fez essas perguntas num sentido científico, fazendo de Milton uma adição intrigante a “The Walking Dead”.

Depois do episódio de domingo, a CBR falou com Roberts sobre o que seu personagem adiciona à mitologia da série, sobre sua experiência de criar um personagem novo, sem raízes na HQ, e sobre se Milton tem ou não alguma ideia de que o Governador é, na verdade, um vilão.

Porque você acha, a essa altura da série, que é importante ter alguém fazendo perguntas sobre como os humanos podem viver após o apocalipse zumbi?

Acho que, na primeira e na segunda temporada, você acompanha Rick e seu grupo de heróis e eles vivem dia a dia, momento a momento, tentando assegurar o próximo lugar seguro e o próximo pedaço de comida, e eles estão vivendo meio que da mão à boca, pode-se dizer. E, então, na terceira temporada, você se depara com Woodbury, onde, através dos esforços do Governador e das pessoas da cidades, paredes foram erguidas e há guardas, certamente, ficando acordados durante a noite, para que as pessoas possam dormir e tentar remontar uma vida “normal”. Esse tipo de situação permite que pessoas como Milton façam alguns tipos de trabalho com os quais se dão melhor. Ele não é tão apto para pegar uma arma ou uma besta ou estilingues ou para tentar proteger a casa e o coração. Ele é capaz, com essa rede de segurança ao redor dele, de começar a realmente se preocupar com o problema a longo prazo, com alguma esperança de ganhar entendimento do que está acontecendo e a habilidade de, de alguma forma, derrubar esse processo.

O Governador claramente tem Merle de um lado, como músculo, e Milton do outro como mente. Veremos alguns conflitos entre os dois?

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Você pode dizer, eu acho, pela última vez que os vimos, que o relacionamento de Merle e Milton é, no máximo, uma tentativa de relacionamento. Eles n]ao são dois caras que seriam amigos no mundo real, nunca, e são forçados a tolerar um ao outro nesse mundo em que se encontram. Tem sido uma dinâmica muito divertida de se fazer com Michael Rooker. A tensão é divertida na TV.

Milton é um personagem novo, tanto na série quanto para a HQ, então como foi pra você criar um personagem do nada dentro dessa mitologia de “The Walking Dead”?

Foi uma honra. Tem sido muito legal. Como ele não era parte do universo da HQ, eu não tinha nenhum tipo de noção pré-concebida do que ele era. E então, por causa do nível de segredo da série, eu não tive muitas informações sobre quem ele era, então eu meio que aprendi fazendo, como dizem, quem ele era e meio o que ele era depois. Foi divertido. A série é muito bem feita, eu acho, com respeito à HQ, mas não se mantendo somente nela. Você tem pessoas que estão na série e você têm uma ideia geral de sua trajetória e de seus desejos, mas Milton entrou sem nenhuma história passada e sem nenhuma história de apresentação. Tem sido divertido tentar e meio que ficar com os pés no chão e ver pra onde ele está indo.

Você teve a chance de inventar alguma história passada para Milton ou você trabalhou com Robert Kirkman ou Glen Mazzara para expressar quem ele é e de onde ele veio?

Não, isso não era algo que estava no topo da lista de alguém quando eu apareci, de se comunicar com a história passada de Milton. Eu aprendi, nas séries de TV, nas quais você não sabe o que vai acontecer no próximo episódio, menos ainda o que vai acontecer no final da temporada, menos ainda quantas temporadas serão, menos ainda etc, etc, etc, que quanto mais você esconde no início, mais problemas você terá no futuro. Poderia ser na 5ª temporada, poderíamos descobrir que o avô de Milton foi quem começou alguma coisa, sabe? Então inventar uma história passada que os escritores não irão inventar pode causar vários problemas. Eu meio que costumo ler o que está no roteiro e então vou em frente, ao invés de tentar andar pra trás.

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Como foi a experiência de filmar em Woodbury? Acredito que, provavelmente, não pareceu uma série sobre o apocalipse zumbi, do seu ponto de vista.

Isso foi uma coisa interessante sobre a transição: Você assistiu “The Walking Dead” e você sabe o que “The Walking Dead” é, e vários de nós são pessoas sujas, encardidas, andando por florestas e fazendas, carros queimados, e então Woodbury é o coração civilizado. Isso permite que os escritores meio que relaxem um pouco e permite que os personagens – o tipo de tensão e os tipos de motivações e seus interesses podem meio que se ampliar um pouco quando eles não encaram a morte eminente a cada momento.
Tem sido divertido, como quando o departamento de áudio precisa de mais do que os três caras usuais, eles trazem pessoas de Atlanta e pessoas que trabalharam na série nas duas primeiras temporadas. Agora eles trabalham em Woodbury e ficam tipo “Nem parece a mesma série”. Tem sido interessante observar conforme progredimos na temporada.

Greg Nicotero dirigiu o episódio da noite passada, que é o primeiro de alguns que ele dirigirá nessa temporada. Como foi tê-lo por trás da câmera sabendo que se ele está ali, significa que alguma coisa maluca com zumbis vai acontecer?

Greg é fã do que o faz feliz, que é toda a nojeira e o sangue e a diversão. Greg e eu, na verdade, trabalhamos juntos em “The Grey”. Ele era como o manipulador de marionetes dos lobos em “The Grey”. Foi divertido vê-lo de novo, e também é divertido observar esse cara que, enquanto filmávamos “The Grey”, estava com as marionetes e agora ele é o cara com os fones de ouvido dizendo “Tente de novo, mas dessa vez bla, bla, bla”. Construir a história com ele, de uma maneira mais íntima, tem sido um verdadeiro prazer.

Indo além, como você vê o fato de que Milton está fazendo essas três perguntas sobre o que faz dos zumbis, zumbis, e o que podemos usar como camuflagem – coisas que vão afetar a trajetória dessa temporada, ou, potencialmente, da série?

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Acho que o que é maravilhoso sobre essa questão em geral é que é óbvio nessa situação, você gostaria de ter todo conhecimento possível sobre o que acontece com um humano quando se torna um morto vivo e, através da informação, talvez você tropece em algo que pode reverter o processo ou pelo menos salvar as pessoas que estão vivas. Mas eu também acho, alegoricamente, que estamos sempre nos transformando. Certo? As pessoas estão sempre num estado de mudança e novidade.
Eu tenho 42 anos e tenho mulher e dois filhos, e essas crianças, elas vivem num mundo onde tudo é juto e é tudo bolos de aniversário e chapéus de festa e caixinhas de suco. Conforme eles crescem, eles vão pegar algumas dessas coisas que eles têm agora e transformar em alguma outra, e isso continua acontecendo até a morte, até onde pude perceber. Então, num nível maior, acho que a questão é quanto ainda resta de original em alguém, depois de anos e anos de mudança, se isso for acelerado. Acho que essa é uma questão realmente importante e com a qual seremos capazes de debater.

Você acha que o fato de ele estar fazendo essas perguntas levará outras pessoas a pensar sobre isso, até mesmo o pessoal de Rick, se eles chegarem a se encontrar?

Você viu quando Andrea teve que matar sua irmã, ela está em conflito com essa emoção. Há dois episódios atrás, Carl atirou em Lori, ele meio que tornou uma obrigação ter certeza de que sua mãe não se transformaria  As pessoas têm entrado em conflito com essa ideia. Deve ser horripilante esperar que a pessoa que você ama ainda está ali dentro, e então se deparar com esse monstro. Geralmente, até o momento, essa é uma decisão que precisa ser feita nos primeiros 1,5 minutos e isso, espero, vai permitir que apareçam perguntas de longo prazo, das quais você pode se prover de alguma segurança e de alguma habilidade de examinar a situação por tempo suficiente para adquirir mais informação para ver se há algo ali ou não.

Uma última pergunta: Você acha que Milton tem alguma ideia do segredinho obscuro do Governador e de sua vilania?

Sim, acho que sim. Acho que ele não está confortável com isso, mas acho que ele entende que, para que haja civilização, é preciso haver regras, e se essas regras forem quebradas, há o caos. Dirigimos do lado direito da estrada para não nos matarmos repetidamente. Acho que ele entende a carnificina e acho que ele tem um genuíno amor platônico pelo Governador [risos]. O Governador, usando de eufemismo, é um cara peculiar. Mas eu tenho pessoas na minha família que são peculiares. Você descobre como amá-las, de qualquer forma. Acho que se Milton estivesse no comando, as coisas seriam diferentes, mas Milton não é o tipo de cara que estaria no comando.

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Fonte: Comic Book Resources

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