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Curiosidades

Coluna Z #1 – Mas desde quando zumbi tem sentimentos?

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O Coluna Z é um quadro semanal lançado toda terça-feira que aborda a temática zumbi em geral. Seja curiosidades, filmes, livros ou jogos que envolve o universo zumbi, estaremos sempre trazendo uma análise detalhada sobre o assunto para vocês. A coluna é escrita pela nossa tradutora Nathalia Price, uma aficionada pelo universo zumbi e seus inúmeros desdobramentos.

Tema da semana: “Mas desde quando zumbi tem sentimentos?”

Acredite se quiser, desde no mínimo 1985, quando uma meia zumbi explica que comer cérebros faz a dor passar. E quando eu digo meia, eu quero dizer metade mesmo, só a parte de cima do corpo – tipo aquela zumbi da bicicleta que o Rick “pegou emprestada” na primeira temporada de The Walking Dead. A diferença é que essa zumbi, além de sentir dor, também consegue falar!

meia_mulher

O filme “Meu Namorado é um Zumbi” (Warm Bodies, 2013) sequer tinha nome em português ainda, e muitos dos ditos ‘zombie fans’ já estavam revoltadíssimos com a possibilidade de um zumbi que se apaixona. O filme é declaradamente cômico – está lá, por exemplo, na classificação do IMDb: “Comedy | Horror | Romance” – mas nem isso foi suficiente para acalmar os ânimos dos corações-zumbis.

Uma das reclamações que mais me chama a atenção, justamente por ser a mais recorrente e ao mesmo tempo a mais incorreta é basicamente a seguinte: “O gênero zumbi está arruinado, transformaram completamente o zumbi, que deveria ser apático, mudo e sem sentimentos. Um zumbi de verdade não fala, não raciocina, muito menos se apaixona.” Mas espera um pouco… Um zumbi “de verdade”?

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Sem entrar no mérito do significado da palavra zumbi, e muito menos tentar explicar o que poderia ser um “zumbi de verdade”, aqui vai uma pequena lista em contraste com o filme “Meu Namorado é um Zumbi”, que pode nos ajudar a chegar a um conceito, senão único, pelo menos bem parecido do que seria o zumbi “correto” dos filmes e seriados. Não que eu já tenha conhecido algum zumbi, nem correto nem incorreto, mas vai que.

1. A Volta dos Mortos Vivos (1985) e A Volta dos Mortos Vivos parte III (1993)

Esses dois filmes juntos praticamente acabam com qualquer argumento contra “Meu Namorado é um Zumbi”. A meia mulher a qual me referi no início é do primeiro, no qual os zumbis não falam apenas “céééérebro”: essa mulher consegue manter um diálogo coerente para explicar a necessidade de comer cérebros. E não apenas ela: um zumbi espertinho vai até o carro da polícia e diz “mande mais policiais”; o mesmo acontece com a ambulância – “mande mais paramédicos”. Esses zumbis não só falam e se comunicam, eles também raciocinam! Como se já não bastasse, um deles ao se transformar em zumbi, diz à namorada que a ama, mas que não consegue resistir ao cheiro do seu cérebro, e portanto precisa comê-lo. “A Volta dos Mortos Vivos” não é de Romero, mas possui referências a seus filmes anteriores, sendo assim um clássico perfeito do gênero zumbi dos anos 80. Suas continuações não foram tão bem sucedidas, mas a parte III tem uma zumbi que merece destaque: ela se comunica o tempo todo com o namorado vivo, tentando ao máximo resistir ao desejo de devorá-lo (e narrando todo o seu sofrimento). Acaba descobrindo que a dor pode controlar a “fome”, e por isso se fura toda, coloca vários piercings, se corta, enfim: prato cheio para os fãs de gore.

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2. Todo Mundo Quase Morto (2004)

“Shaun of the Dead” é uma clara (e excelente, convenhamos) paródia dos filmes de zumbi em geral, mas principalmente do clássico de Romero “Dawn of the Dead” (Despertar dos Mortos) de 1978, que ganhou um remake bem bacana em 2004. Aqui eu vejo pelo menos duas semelhanças com o “Meu Namorado é um Zumbi”. A primeira é exatamente essa cena na qual eles se fingem de zumbis para chegar até o pub do outro lado da rua, e para isso precisam imitar seus sons e movimentos. A segunda é meio que um spoiler, então vou me resumir a dizer que um dos zumbis é hábil o bastante para jogar video game (a semelhança aqui não é o video game em si, é a habilidade para manusear objetos eletrônicos, por assim dizer).

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todo_mundo_quase

3. Terra dos Mortos (2005)

Falando de novo em Romero (aliás, George A. Romero, escritor e diretor que todo fã de zumbis que se preze, se ainda não conhece, deveria parar o que está fazendo AGORA e passar a conhecer, nem que seja para chegar à conclusão de que não curte seu estilo), “Terra dos Mortos” é provavelmente um de seus piores filmes, mas vale ser mencionado aqui por um motivo: os zumbis mudam de comportamento durante o filme. Não chegam a falar, mas se comunicam entre si, e vão evoluindo, chegando a elaborar um plano. Aprendem até a usar armas. Um deles, o “líder”, vai atrás do vilão da história (que não é zumbi) para se vingar. Acho que já podemos acabar com esse papo de que zumbi não tem sentimentos, certo?

terra_dos_mortos

4. Fido (2006)

Um filme super bem recebido por crítica e público (claro que é questão de gosto, eu pelo menos não curti tanto assim), mostra o mascote Fido, um zumbi de estimação. Os zumbis desse filme são controlados por uma espécie de coleira, mas Fido acaba atacando umas pessoas – como os zumbis “normais” fazem. A diferença aqui é que ele não ataca qualquer um: tanto o garoto Timmy e sua família – seus donos – parecem estar fora de perigo. Ou seja, nesse filme os zumbis podem ser bonzinhos sim – eles só precisam de uma coleira.

Fido

5. The Walking Dead (2010 -)

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Os zumbis da nossa série favorita realmente não têm nada a ver com os zumbis de “Meu Namorado é um Zumbi”. Oops, será?

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Eles também comem apenas carne humana viva e costumam andar e atacar em bandos. Além disso, R (o zumbi apaixonado) usa até a mesma técnica que Glenn e Rick usaram lá na primeira temporada, para andar no meio dos walkers sem que eles os atacassem.

Sim, os nossos walkers são bem mais assustadores e “realistas”, por assim dizer, e TWD em si é uma série dramática e realista – apesar de que estamos até hoje procurando os ossos da Lori; claro que um errinho aqui e outro ali a gente acaba relevando.

Mas não é porque nós amamos The Walking Dead e seus zumbis nojentos e assustadores que vamos sair por aí afirmando que esse é o único tipo de zumbi aceitável. Para mais exemplos de como os zumbis podem ser retratados de formas bem diferentes, assista “Fome Animal”(1992), “Planeta Terror” (2007), a sequência Resident Evil (2002-2012), “Colin” (2008), e o episódio “New Year’s Day” (2008) da série “Fear Itself”. E alguns filmes do Romero, por favor!

Você tem mais opções de filmes/séries/animes de zumbis e gostaria de compartilhar? Utilize os comentários abaixo. Caso queira sugerir um tema para o quadro “Coluna Z”, por favor envie um e-mail para [email protected].

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